Rui Ribeiro cria pontes sonoras entre a Orquestra Metropolitana de Lisboa e os Lusitanian Ghosts

Na passada sexta-feira, 4 de Julho, o Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, acolheu um concerto verdadeiramente singular que uniu dois mundos musicais habitualmente distantes: o universo erudito da música sinfónica e a energia contemporânea da folk rock. Foi Rui Ribeiro, compositor e orquestrador português, quem conduziu esta fusão ao juntar a Orquestra Metropolitana de Lisboa ao coletivo luso-sueco Lusitanian Ghosts, dando origem a um espetáculo que ultrapassou as barreiras tradicionais entre géneros musicais.

Os Lusitanian Ghosts têm vindo a destacar-se no panorama europeu pela sua proposta inovadora, que cruza cordofones regionais portugueses, como as Violas Amarantina, Braguesa, Campaniça e Terceira, com sonoridades modernas do folk rock e do indie, num esforço não apenas para preservar estes instrumentos ancestrais, mas também para lhes abrir portas em palcos internacionais. Com três álbuns editados — Lusitanian Ghosts, Exotic Quixotic e Lusitanian Ghosts III — o coletivo tem vindo a consolidar a sua reputação como pioneiro na exploração estética destes cordofones tradicionais, sobretudo no contexto da sua internacionalização.

Por sua vez, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, criada em 1992, é hoje uma das mais prestigiadas instituições musicais do país, reconhecida pela excelência na interpretação de repertório sinfónico e pela versatilidade que a leva a colaborar frequentemente com artistas e projetos oriundos de diferentes universos musicais. Além da sua programação intensa em Lisboa e noutras cidades, a OML desempenha um papel fundamental na formação de públicos, desenvolvendo projetos pedagógicos que aproximam pessoas de todas as idades ao mundo da música clássica e sinfónica. A sua abertura a experiências artísticas diversificadas tem contribuído para reforçar o seu estatuto de orquestra inovadora e dinâmica.

Sob a direção de Rui Ribeiro, responsável pelos arranjos orquestrais, o concerto ofereceu ao público momentos de grande intensidade, onde os acordes vibrantes dos cordofones tradicionais se entrelaçaram com a profundidade sonora da orquestra, criando paisagens musicais ricas e inesperadas. “Criar este tipo de fusões é sempre um desafio apaixonante, pois acredito que, na música como na vida, há sempre espaço para surgirem universos inéditos, plenos de beleza e sentido”, afirmou Rui Ribeiro, cuja carreira se tem pautado pela constante procura de pontes entre diferentes mundos musicais, tanto na música de concerto como na composição para cinema ou em colaborações artísticas variadas.

Para além de ter enchido a sala e cativado o público presente, o concerto foi gravado e filmado na íntegra, prevendo-se o lançamento de um álbum ao vivo que eternizará esta colaboração invulgar. Para Rui Ribeiro, para os Lusitanian Ghosts e para a Orquestra Metropolitana de Lisboa, este projeto representa não apenas um ponto alto nas suas trajetórias artísticas, mas também um contributo significativo para a inovação musical em Portugal. Quem assistiu ao concerto no Tivoli BBVA saiu com a sensação de ter testemunhado a criação de um novo universo sonoro, onde as fronteiras entre géneros se diluem, abrindo caminho a possibilidades artísticas até há pouco tempo inimagináveis.

Este concerto e subsequentes edições fonográficas tiveram o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores.

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